Teresópolis pode se tornar a nova capital do vinho do Rio de Janeiro

É amante de um bom vinho? Então, considere dar uma passada em Teresópolis. Não, você não leu errado. Apesar do município ser um um destino famoso para os cervejeiros, o enoturismo, como se chama o setor de viagens para conhecer e saborear vinhos, vem crescendo na cidade. E o município espera muita expansão para o ano de 2025.

De forma despretensiosa, Murillo Pilotto, de 74 anos, começou a fazer algumas experiências com cultivo de uvas de maneira totalmente artesanal há alguns anos. O que ele não imaginava era que tudo daria tão certo.

— Descobri que o cultivo não funcionava bem no verão nessa região, ao contrário do que acontece em outras partes do mundo e até no Sul do Brasil. E aí, aqui a gente inverte e traz o amadurecimento da uva para o inverno, nossas uvas são colhidas entre julho e agosto, principalmente, e isso proporciona uma uva maravilhosa para o vinho, porque o tempo conta com noites frias e dias ensolarados — explica ele.

Com a descoberta, em 2017, o cultivo da uva e a produção de vinhos foram se aprimorando por lá. E, atualmente, existe um circuito oferecido pela Fattoria Vinhas Altas, em que o público, que costuma ser curioso e apaixonado por vinho, chega e tem uma palestra, onde pode tirar dúvidas. Depois, é hora de caminhar pelos vinhedos. E, por último, a melhor parte: fazer a degustação dos vinhos produzidos no local, um tinto e um branco, harmonizados com um brunch de dar água na boca. Tudo feito por Márcia Bitencourt, dona da propriedade.

Quem já foi, recomenda! A empresária Luane Passaroni, de Cabo Frio, viajou até Teresópolis e se apaixonou.

— Tive uma experiência incrível! As pessoas que nos recepcionaram foram super atenciosas e acolhedoras. Além de conhecer a história do local, conhecemos todas as vinhas, nos apresentam a história e o modo de produção. Depois da visitação é servido um brunch maravilhoso. É um local lindo, que traz paz. Uma experiência diferenciada — diz ela.

A recepção acolhedora tem a ver com a decisão do empreendimento de manter o negócio com um caráter intimista.

— Nós recebemos em torno de 40 visitas por fim de semana e temos fila de espera. Este próximo fim de semana, teremos visitação sábado e domingo, por conta da alta demanda. Atualmente, produzimos pouco mais de 3 mil garrafas por ano. Mas queremos chegar no máximo a 4 mil. Não queremos fazer uma coisa em larga escala — explica Murilo, que comercializa as garrafas no local, para os visitantes. Luane levou a sua para casa.

— Tenho uma garrafa guardada em casa para uma ocasião especial. E, por indicação deles mesmo, entendi que uns 6 meses após ele estaria ainda melhor — conta ela.

• Como visitar a Fattoria Vinhas Altas
  É necessário marcar a visita com antecedência, pois as vagas são contadas e a demanda é alta.
  Para reservar, basta entrar em contato pelo WhatsApp no número: 21 97145-3703
  O custo da visita é de R$150 e o endereço é Estrada Guiomar Fleurybroux, Teresópolis RJ
  Os rótulos disponíveis são Uberto Molo, tinto, que custa R$180 e o Uberto Molo Viognier, branco, que custa R$ 250.

Planos ambiciosos para 2025

Se na Fattoria Vinhas Altas, o charme está em sua escala pequena, outro empreendimento em Teresópolis tem planos de expandir significantemente o enoturismo por lá. Está prevista para setembro do ano que vem a inauguração da Vinícola Maturano, uma gigante que promete movimentar a cidade.

A primeira safra, colhida em 2024, prevê a produção de 40 mil garrafas, com vinhos rosés, tintos e brancos.

Além dos vinhos, a iniciativa, que é privada, vai contar com um restaurante especializado em parrilla, um wine bar, uma sorveteria artesanal e um hotel cinco estrelas com 61 quartos, além de tours guiados em diferentes idiomas, para atender ao público internacional, uma das metas da marca.

O turismo vê o movimento com bons olhos.

— Teresópolis tem esse DNA de receber bem e comer bem. A gastronomia é forte, muito do fruto de toda a nossa agricultura, de toda essa cultura diversa que o interior proporciona e esse valor agregado do vinhedo, da vinha, assim como do lúpulo, tem trazido novas perspectivas para a nossa agricultura, fazendo também uma convergência com a busca dos turistas por ter um vinho daqui — conta Elizabeth Mazzi, secretária de Turismo.

Expectativas altíssimas e um brinde aos vinhos de Terê!

Creditos: Extra.globo.com