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Paulo Michel: hotelaria é sinônimo de felicidade

Formado em administração e pós-graduado em hospitalidade, o pontapé inicial de Michel foi no restaurante do Hotel Serrazul, em Gramado (RS), pois nasceu no interior da cidade gaúcha. No ano de 1987 começou como garçom, mas foi promovido depois para funções de maitre, assistente e gerente de A&B. “Foi no Serrazul que me apaixonei pela hotelaria”, revela.

“No destino de Gramado, quem não trabalha com turismo um dia vai trabalhar. Meu irmão já era proprietário de restaurante e a hotelaria veio por uma oportunidade no Serrazul. Me encantei pelo glamour, pela maneira de surpreender o cliente e, principalmente, pela sensação de dever cumprido que temos ao ver as pessoas felizes”.

Em seguida ele mudou-se para o Rio de Janeiro, ocupando o cargo de assistente e, posteriormente, a gerência de A&B no Portobello Resort & Safari, de Mangaratiba (RJ) – onde conheceu sua atual esposa. “Por ser um resort, morava no local e ficava 24 horas conectado ao trabalho. Era difícil me desligar”.

Depois de um ano e meio no Portobello, migrou para o antigo Rio Atlântica Suítes (atual Pestana), na capital carioca, ainda com A&B, mas retornou ao Portobello com uma boa proposta financeira, ficando mais uma temporada na função de gerente de alimentos e bebidas. Na sequência voltou para o Rio com a missão de reestruturar o departamento de A&B dos antigos hotéis da Luxor, que tinha cerca de 20 empreendimentos espalhados pelo Brasil. Foi nessa empresa que Michel ganhou sua primeira posição de gerente geral.

“Mesmo com a venda dos hotéis Luxor, adquiridos pelo grupo GP Investments (que virou BHG), continuei na empresa atuando como gerente e, depois, superintendente regional, responsável pelos mercados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, que acumulavam 10 hotéis. Em 2014 houve uma mudança e parte da BHG foi vendida para o Grupo GTIS, focado em investimento imobiliário, que mudou nossa estratégia, mas permaneci até 2016 com eles”.

No mesmo ano dos jogos olímpicos ele assumiu a presidência da Hotéis Othon, onde ficou por dois anos. Mas no final de 2018 a Louvre Hotels Group de Paris resolveu assumir suas bandeiras no Brasil, incluindo marcas como Royal Tulip, Golden Tulip e Tulip Inn, e o convidou para o cargo de CEO no País.

“É muito gratificante trabalhar na Louvre porque conseguimos planejar e colocar em prática nosso conhecimento, e nos cercamos de pessoas que têm o mesmo desejo de servir, inovar e crescer, mas existem desafios. O maior deles foi a pandemia, depois de um ano no comando da operação, período em que havíamos acertado os processos e estratégias de crescimento. Ainda bem que estávamos preparados para a situação do coronavírus e mantivemos abertos todos os nossos hotéis, sem solicitar aporte de investidor”.

Morador do Rio de Janeiro há 30 anos, o atual presidente da ABIH-RJ avalia o destino como privilegiado na indústria de viagens. “Estamos localizados entre os principais polos emissores de turismo (São Paulo e Minas Gerais), com belezas naturais únicas, sendo um objeto de desejo. Para o corporativo também aparecemos bem, ainda mais agora, com a tendência de misturar viagens de lazer e trabalho. Já enquanto Estado, o Rio começa a ter uma visão mais apurada, mas vejo que no Brasil inteiro o turismo não é tratado como uma atividade econômica forte. Precisamos de mais investimentos do governo”, avalia.

Amante da culinária

Paulo Michel tem três filhos – uma menina e dois meninos – frutos de dois casamentos, e quando não está trabalhando, ama cozinhar um pouco de tudo. “Não me considero um chef porque tenho muito a aprender, mas o que eu faço fica gostoso, principalmente o churrasco. Sou imbatível”, brinca.

 

Entre os fatos marcantes da sua vida ele coloca as Olimpíadas do Rio no topo do ranking. “Todo mundo que viveu essa experiência considera o momento inesquecível. Lidamos com delegações, pessoas do mundo inteiro e recebemos até mesmo o rei da Noruega. Algo fora de série”.

Já um dos momentos mais engraçados da carreira foi quando precisou intervir no caso de um alemão pelado na piscina, enquanto era gerente geral do antigo Hotel Regente (hoje Grand Mercure), de Copacabana. “Havia muitas mulheres gritando, mas o hóspede só conversava em alemão, sem entender nada do que estava acontecendo. Falo alemão e expliquei a situação que, para ele, era normal”.

Segundo Michel, um dos principais desafios de quem trabalha na hotelaria é manter um padrão de serviço 24/7. “O ponto mais importante é fazer o hotel funcionar com a mesma qualidade todos os dias. Em A&B, por exemplo, nem sempre o cozinheiro é o mesmo, mas os pratos devem ficar iguais”.

Para ele, todos deveriam experimentar esse ramo profissional da hospitalidade. “Nem todos gostam porque a dedicação é integral, só que com o tempo isso passa a ser natural. Sempre ressalto que nem tudo na vida é dinheiro e a felicidade vem através do amor que colocamos no ofício. Hospitalidade é encantamento, é surpreender o cliente e promover uma boa experiência. E também pode nos trazer inúmeras possibilidades de felicidade”.

BATE-BOLA
Destino: Rio de Janeiro
Hotel icônico: Colline de France, em Gramado (RS)
Um talento: Roland de Bonadona
Uma característica marcante: simpatia
Um sonho: viajar pelo mundo sem programação definida

Fonte: Hotel News

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