Conheça as lindas fazendas no Vale do Café que servem de cenário real para a novela da Globo
Há uma semana no ar, “Nos tempos do Imperador” vem encantando com belas imagens e cenas de tirar o fôlego. Logo nos primeiros capítulos, os personagens principais apareceram em suntuosas residências, em meio a fazendas que parecem ter sido feitas sob medida para a novela das seis. Para quem ficou encantado com os cenários, aí vai uma boa notícia: as casas de Luísa, a Condessa de Barral (Mariana Ximenes), Pilar (Gabriela Medvedovski) e Tonico (Alexandre Nero) existem de verdade e ficam no Rio, e não na Bahia, como na trama, e podem ser visitadas.
— O Rio tem esse histórico de produção de café que podemos resgatar para fazer uma novela de época. As fazendas ficam no Vale do Café. Usamos tanto a casa grande quanto as senzalas, que foram preservadas — explica o diretor artístico da novela, Vinícius Coimbra.
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As fazendas que servem de residência para os três personagens ficam em Barra do Piraí e Rio das Flores, no Vale do Café, como é conhecido o Vale do Rio Paraíba, no Sul fluminense.
— Às vezes, não é tão perceptível na tela, mas sempre há um desgaste na roupa, uma sujeira, o cenário tem uma infiltração, nunca é uma pintura perfeita. A gente procurou ser muito fiel à época — afirma Coimbra.
Fazenda Paraízo
Com um casarão de mais de 2.200 metros quadrados e uma fileira de palmeiras imperiais logo na entrada, a Fazenda Paraízo é a residência da Condessa de Barral na novela e, na vida real, fica em Rio das Flores. A casa foi construída pelo Visconde de Rio Preto entre 1845 e 1853. Preservado, o local têm em seus dois andares 58 cômodos e 99 janelas e é dividido em quatro alas, das quais três permanecem abertas à visitação. A exceção é a ala íntima, com dez quartos e um banheiro, que abriga a família de proprietários atuais.
O casarão foi o primeiro do Brasil a ter iluminação a gás de carbureto e ainda tem outros equipamentos e objetos considerados um avanço naqueles tempos. As cenas nas locações do Vale do Café foram gravadas antes da pandemia, por duas semanas.
— No primeiro capítulo, por exemplo, a cena do enterro do pai da Condessa tem figurantes da região. Contratamos pessoas que moravam lá, e eles trabalharam muito empolgados e emocionados. Traz uma energia muito interessante à novela — lembra o diretor artístico.
Fazenda Ponte Alta
Com arquitetura típica do período colonial do Vale do Café, a casa do vilão Tonico (Alexandre Nero) é a Fazenda Ponte Alta, em Barra do Piraí, que hoje funciona como pousada. Ela foi fundada no início do século 19 e pertencia ao Barão de Mambucaba. Em 1855, o Barão da Guanabara comprou a fazenda e ergueu o moinho e o aqueduto, e o local viveu seu apogeu. Mais tarde, o ex-presidente Getúlio Vargas foi um dos frequentadores de lá, onde comemorou os seus últimos cinco aniversários.
Apesar da conservação do local, o diretor artístico da novela conta que a equipe mexe nos cenários para dar mais veracidade à trama, como pintar portas e janelas.
— Normalmente, essas fazendas são preservadas, então tem aquela janela pintadinha com a cor bem viva, e eu sempre peço para a minha turma ir mudando e deixando a pintura mais esmaecida — afirma Coimbra, que conta ainda outros detalhes que são modificados pela sua equipe: — Todos os elementos modernos, temos que tirar ou cobrir, como antenas parabólicas ou postes de luz.
Fazenda São João da Prosperidade
Com um pouco menos de requinte do que as casas de Tonico e Luísa, a moradia de Eudoro (José Dumont) e suas filhas Pilar e Dolores (Júlia Freitas/Daphne Bozaski) fica na Fazenda São João da Prosperidade, em Barra do Piraí. O local tem uma visita guiada para o público. Com telhas feitas à mão, o casarão possui 15 quartos, seis salões, um pátio interno, cozinha e terreiro de café, cercados de algumas construções.
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A maioria das ces cenas no local também foram gravadas antes da pandemia de coronavírus. Com os cuidados redobrados, o diretor artístico da novela detalha a rotina atual da equipe e dos atores na produção.
— Existe um percentual que procuramos manter para conseguir produzir a novela. Fazemos 60% das cenas no estúdio, de 20 a 30% na cidade cenográfica e o restante fora, normalmente nas fazendas, como as cenas de carruagem, de cavalgada e de campo — diz Coimbra, que entrega outro local em que a equipe costuma gravar, duas vezes por semana: — Quando temos que gravar externas, geralmente também vamos para a região de Guaratiba.