Turismo

Guapimirim (RJ): Região preservada no Estado do Rio estimula turismo e produção de cogumelos

Um município do Rio de Janeiro com cerca de 70% de seu território em área de preservação ambiental tem conquistado a atenção de turistas e pequenos produtores rurais. Localizada a 74 km da capital fluminense, Guapimirim tem estimulado o turismo consciente para evitar que o movimento de pessoas tenha efeito negativo na região.

Segundo o secretário Municipal de Turismo, Mário Seixas, áreas como o Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso), o Cânion de Iconha e a Cachoeira da Concórdia se destacam nos projetos de ecoturismo da cidade.

“O turista que a gente convida tem que ser responsável, consciente. A gente sabe que tem que fazer o trabalho de casa e é uma ação conjunta aqui dentro de conscientização e também de atrair turistas que possam manter aquilo que a gente tem de maior e melhor que é o nosso patrimônio natural”, relatou.

Cogumelos

 

Depois de concluir mestrado e doutorado na área de agricultura sustentável, a agrônoma Sandy Sampaio Videira, 43 anos, quis fazer mais do que pesquisas na área e, atualmente, se dedica à produção de cogumelos de diversos tipos, como shitake, paris e shimejis cinza, salmão e juba de leão, no distrito de Santo Aleixo, em Magé, que faz parte da região da Baixada Fluminense.

“É um alimento extremamente saudável, é proteína também, está relacionado à parte imunológica. Tem um monte de benefício para saúde e se consegue produzir em um espaço menor”, disse.

Para superar a dificuldade de encontrar a matéria prima para a produção, a escolha foi trabalhar com substratos, resultantes de matéria orgânica da agricultura como palha de milho e bagaço de cana de açúcar, todos encontrados no local.

“Depois que o cogumelo é produzido, a gente tem um novo resíduo que é matéria orgânica. A partir disso, a gente faz o processo de compostagem e volta com esse resíduo para a agricultura. A gente tem um trabalho dentro da economia circular, com a menor geração de resíduo possível”, descreveu a agrônoma a respeito da geração de renda na economia local a partir do reuso do que seria descartado na cadeia de alimentos.

“Com isso, a gente consegue diminuir o custo e popularizar o consumo. Não quero um cogumelo gourmetizado, quero um cogumelo popular”, acrescentou.

Segundo a produtora, o Rio de Janeiro ainda não tem uma cadeia de produção e logística do setor, o que faz com que parte dos cogumelos consumidos no estado venha de São Paulo.

Com uma bolsa de estudos, Sandy comprou os equipamentos necessários para montar um laboratório. A ideia da agrônoma é dar suporte a outros produtores de cogumelos do estado que não tenham assistência.

“Quanto mais produtores tiver é melhor. A gente tem acesso ao alimento mais fresco e gira a economia e renda para as microrregiões daqui”, apostou.

Respeito ambiental

 

Pequenos empreendedores reforçam a busca por respeito ambiental na região. “A marca da cidade traz o aspecto verde que a gente tem”, disse o secretário.

O produtor de cervejas artesanais Bruno Diniz dos Santos, de 38 anos, deixou a Ilha do Governador, na zona norte do Rio, para morar no município de Magé, ao pé do Parnaso.

“A gente tem uma água natural sem tratamento algum, pura diretamente da natureza, da Mata Atlântica”, disse. Segundo ele, a água pura da região é um dos principais elementos da produção da cerveja.

Créditos: Globo Rural

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